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Estúdio Paris

O trabalho discute mediante um processo especulativo e experimental o ato fotográfico. Focado no retrato, explora a fotografia como um agente de comunicação metafísico. 


Numa primeira fase, o trabalho parte de fotografias do acervo familiar do autor com as quais ele tem ligações emocionais e sentimentais. Estas imagens, retratos de pessoas queridas, servem de base para um estudo sobre a formalidade das fotografias enquanto objetos. É investigada a sua composição física, esperando encontrar nelas um meio de comunicação com o ausente.


Num segundo momento, o trabalho contém novos retratos que visam apresentar o ato fotográfico como um ato de intimidade no qual existe um intercâmbio subtil entre o fotografado e o fotógrafo. Como se estivéssemos a revisitar o arquivo dum estúdio fotográfico comercial de inícios do século XX, vemos o passar de diferentes personagens nos retratos. O conjunto de fotografias relaciona-se com autores como Félix Nadar, August Sander ou Rineke Dijkstra, entre outros, onde partindo do concreto do retrato, podemos obter uma visão mais abrangente da condição humana. Esta justaposição de planos físico e metafísico nos retratos selecionados abrem a porta para a especulação sobre a capacidade de deslocação do espírito no momento da captura fotográfica.
Com o objetivo de transformar uma reflexão metafísica sobre o retrato fotográfico num ensaio visual, recorre-se várias técnicas fotográficas, nomeadamente: Ferrótipo em colódio húmido, Ambrótipo em colódio húmido e dryplate e fotografia analógica convencional. As capacidades plásticas dos diferentes suportes irão ao encontro destas tentativas de ver o “que se passou” no momento da captura, em termos de Roland Barthes o Spectrum (Barthes, 1980) da fotografia. Assim, os códigos próprios destes médiuns surgem subvertidos para abrir o projeto à interpretação e a imaginação, fugindo da ideia de ser uma demonstração técnica. Como projeto final para uma licenciatura, irá colocar ao autor numa posição de maturidade fotográfica, assumindo o que implica ser fotógrafo para ele e os outros na contemporaneidade.

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